domingo, 18 de outubro de 2015

5 anos de Reboco Caído

O Fabio da Silva Barbosa fez um zine especial só de Histórias em Quadrinhos pra comemorar os 5 anos de existência do zine Reboco Caído. São dois volumes de 12 páginas cada um com contos e poemas do Fabio adaptados para quadrinhos. Eu colaborei com o quadrinho abaixo:





para ler o Reboco Caído especial de 5 anos entre AQUI
para receber os zines e notícias do Reboco Caído por e-mail escreva para fsb1975@yahoo.com.br
para ver esse quadrinho maior entre AQUI 

sábado, 10 de outubro de 2015

Otlassa

Millôr Fernandes (em suas Fábulas Fabulosas)

No dia seguinte, ele escreveu pro jornal: “Senhores, falam muito de assalto, e ontem a mim também aconteceu. Mas, tudo visto e examinado, não dou queixa nem exijo reparação da sociedade. Até estou profundamente agradecido às circunstâncias momentâneas – sem falar das permanentes – do meu destino. Primeiro, porque, num país rachado pelas costuras, e numa cidade onde, a qualquer hora dessas, vamos assistir a um duelo entre Jesse James e Doc Hollyday (e suas quadrilhas), esta foi a primeira vez que fui assaltado. Segundo, porque, tendo algum, até muito, dinheiro no bolso, o assaltante pôde se satisfazer com o que eu tinha e não me levou o essencial, a vida; se é que esta ainda vale alguma coisa, pois, aos 45 anos, já gastei – sem dúvida – três quartos dela. Terceiro, porque, pertencente às classes ditas privilegiadas, mesmo me levando muito, o assalto ainda me levou bem pouco. Quarto, porque, afinal, estou do lado de cá, e, ao fim e ao cabo, ainda prefiro estar do lado do cano a estar do lado do cabo, ser assaltado e não assaltante, pois na verdade fui assaltado uma só vez, num rápido momento, e logo depois voltei a ser aquilo que nós todos somos permanentemente, assaltantes; enquanto ele, por um breve instante assaltante, logo depois voltaria a ser o assaltado de sempre – a não ser que leve o ato de assaltar a tal constância, que substitua, pela dinâmica de ação, a condição social. Sem falar que corri o risco de morrer apenas uma vez, enquanto meu assaltante possivelmente já estará morto no momento em que esse prestigioso jornal publica esta. Assim, repito, esta não é uma carta de protesto pelas condições da violência vigente nesta cidade, mas um agradecimento público aos privilégios da minha vida.” 
Era um cínico ou um sábio? 

MORAL Quem é mais antípoda: nós ou os japoneses? 

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Li esse conto na adolescência e há uns anos venho procurando na internet e em algumas bibliotecas. Finalmente achei ontem nesse link aqui http://www.repositorio.ufc.br/ri/bitstream/riufc/12621/1/2014_tese_mhmsampaio.pdf

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

formiguinha

bicho
ó que foda
tu distrai
tu fica de boa fazendo algo
por exemplo
no computador
ou lendo
ou comendo
ou qualquer outra coisa
e daí
de repente
quando tu vê
tem uma formiguinha que tá já em você
ou no seu livro
ou no seu computador
ou no seu rango
andando
as vezes lenta
as vezes rapidamente
imagina só
tu distraiu
ela tava no chão
ou no chão de terra do quintal
ou no chão de azulejo da cozinha
ou no chão de taco da sala ou do quarto
e ela foi lá
sem você ver
subiu
ou pela cadeira
ou pela mesa
ou pelo sofá
ou pela cama
e agora
por conta da sua distração
caminha sobre você
ou sobre algo bem próximo do seu corpo
o controle remoto
o livro
o computador
o prato
o garfo
sua distração
sua imobilidade
fez a formiguinha subir
e agora ela caminha
lenta
ou rapidamente
daí você percebe a cena
e sem perceber
cê mata ela

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

racismo na história

Desenho que fiz com a Aline para entrevista com o músico e historiador Salloma Salomão na revista Territórios Transversais nº 3 do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST).
Para ver um trecho da entrevista entre AQUI
Para comprar a revista entre AQUI
Para ver o desenho maior entre AQUI

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

No início havia a ...


Texto da Frente Popular de Saúde do MTST que desenhei para uma cartilha num projeto de saúde comunitária em São Gonçalo - RJ.

sexta-feira, 2 de outubro de 2015

Nova revista do MTST!

Tive a alegria de contribuir com desenhos pra nova revista do MTST:

DIVULGAFACE
TERRITÓRIOS TRANSVERSAIS 3! SAIU MAIS UMA EDIÇÃO DA REVISTA DO MTST!
Adquira no site do MTST clicando aqui!
Com muita satisfação, lançamos mais uma edição da Territórios Transversais, a revista do MTST!
Nessa edição, tratamos de tema como o anti-racismo na cultura entrevistando o músico e historiador Salloma Salomão, um debate sobre sobre a Grécia e a esquerda mundial com José Arbex Jr. e Valério Arcary, uma reflexão sobre a luta política e urbana de Luciana Genro. Josué Rocha, militante do MTST, faz uma análise do crescimento do MTST desde o junho das manifestações em 2013.
Além disso, uma entrevista inédita com Adirley Queirós, diretor de Branco Sai Preto Fica, vencedor do Festival de Cinema de Brasília. Um perfil emocionante de Beth, coordenadora do MTST em São Gonçalo, escrita por Caetano Manenti. Uma provocação sobre a hipocrisia européia do Je Suis Charlie, por Baptiste Grasset. Finalmente, Marildo Menegat critica a realidade brasileira, sob a ótica da gestão contemporânea da barbárie e sua crise.
Ilustram a revista João da Silva, Batata e Flóqui. E o artista plástico e periférico Jerry Batista apresenta suas pinturas e grafites, direto do Grajaú, da zona sul de São Paulo. Jussara Basso, coordenadora do MTST e poeta, apresenta versos fortes, forjados nas ocupações urbanas e na luta diária do movimento. E Jeff Vasques fala sobre a poesia sem-teto e da classe trabalhadora.
Dois contos compõem o volume: um de Plínio Marcos, mestre das quebradas do mundaréu, onde o vento encosta o lixo e onde as pragas botam os ovos. E Henrique Sater relata uma experiência cheia de agonia como médico
.
Finalmente, o editorial da revista analisa os efeitos da crise econômica e política e os caminhos possíveis que se abrem (ou se fecham) com ela.
Essa edição está imperdível!
Adquira já por 20 reais (preço de custo) e 40 reais (preço solidário)
MTST! A LUTA É PRA VALER!