terça-feira, 20 de junho de 2017
Jorge Paulo Lemann Blues
Jorge Paulo Lemann!
meu amigo
camarada
meu lindão
me explica como eu faço essa fórmula que tu me vende
que te faz bilionário
que mexe com minha mente
e com meu coração
mas não quero a cirrose que levou meu amigo
isso não quero não
mas quero ficar doidão
invente uma substância nova então
que me deixe com a cabeça como os líquidos que tu vende
mas que deixe meu fígado limpo
limpo
muito limpo
e felizão
Jorge Paulo Lemann!
meu deus do olimpo
minha jóia
meu patrão
eu tenho amigos que fabricam cervejas artesanais mas elas também fodem o fígado de geral como o que tu vende e ainda assim são mais caras mas talvez um dia quebrem seu monopólio
ou não
provavelmente não
então invente uma bebida que continue te deixando muito rico mas que não mate as pessoas de cirrose, hepatite, câncer e outros males
mas que preencha o nosso coração
e nos deixem doidão
pois viver sem beber não tá fácil
pois viver sem beber não tá fácil
pois viver sem beber não tá fácil não
Jorge Paulo Lemann!
seu sucesso
me inebria
sou seu fanzão
tu és minha inspiração
me diga qual a fórmula dum golpe
dum golpe muito lindo
dum golpe sem milicos
que hoje se faz
em uma nação
pelas redes sociais
e pela televisão
me diga, ô Jorginho, me diga ô Jorginho
como se faz a manipulação
quer dizer, a publicidade, a venda da ideia
não vamos ligar pros boatos esquerdistas
queu quero saber de verdade como se faz tanta incorporação
de cervejarias
de lojas de variedades
de fast foods
de tudo o mais que puder ser comprado
especulado
e vendido em bilhão
Jorge Paulo Lemann!
Jorge Paulo Lemann!
Jorge Paulo Lemann!
eu quero ganhar muito dinheiro
também quero ganhar muito dinheiro
eu quero ganhar muito dinheiro
com esse blues
e doar tudo pra sua fundação
(solo doido de blues pra acabá)
Pódicrê, pivéti...
trecho da conversa lombrada que Abijupaé Trremoço teve com Atabaquara Catulo e que foi gravada por Gargamel Gaia Filho sem autorização dos conversadores
(...)
- Sempre achei esquisito demais as pessoas que têm a arrogância de querer determinar o que o outro deve fazer...
- As ideologias estanques, ortodoxas, paralisativas, disseminadas fortemente por igrejas, escolas, seitas, grupos políticos de esquerda e de direita enquadram as mentes em padrões de comportamento, pensamento e ação que bloqueiam o vir a ser do indivíduo enquadrado, paralisam a potência dessa pessoa, a mágica do novo que essa pessoa poderia ser e praticar. Isso leva a pessoa a frustação, a não conseguir cumprir o que é estabelecido pelo pastor, intelectual ou autoridade política (de direita ou esquerda) - por isso leva à depressão, à angústia.
- Pódicrê, pivéti...
- O mais irônico disso tudo é que os que estabelecem os padrões rígidos dificilmente os cumprem e também sofrem com isso em muitos casos (em outros não, porque há canalhice consciente). Mas tendo a querer interpretar a coisa sem a ideia de bem versus mal: o que há é um rolo compressor das ideologias que são reivindicados por uma necessidade humana inventada em algum momento - no começo da linguagem? ou no começo da RAZÃO? - e que tenta dar respostas ao como irei me comportar nesse período de poucos anos - 40, 70, 90... - que chamamos de vida.
- Pódicrê, pivéti...
- Mas a gente olha pra rua e vê as contradições concretas. As nossas, as dos outros, as das relações todas. E qual é a resposta mais rápida pra resolver isso tudo? É se atrelar a algum grupo ou razão já estabelecidos, programados, com prédio, endereço fixo, organização, horários pra cumprir, reuniões.
- Pódicrê, pivéti...
- Acho que todo mundo busca a leveza...
- Pódicrê, minha jóia...
Constatação da humanidade presente
funk-soul
arrastão de Tim Maia e Augusto dos Anjos
até
parece um monte de criança
parece um monte de criança
justificando o seu adultismo
justificando o seu adultismo
parece um monte de criança
até
parece um monte de criança
justificando o seu adultismo
justificando o seu adultismo
eu
também pareço um monte de criança
eu
também pareço um monte de criança
justificando o meu adultismo
justificando o meu adultismo
(solo de baixo nuns meios tons itamarassumpçãonicos pra finalizar quebrando tudo)
segunda-feira, 12 de junho de 2017
quinta-feira, 8 de junho de 2017
quarta-feira, 7 de junho de 2017
RIQUEZAS - quatro poemas de rima pobre
parece poema mas é canção
é muito doida essa coisa
de tudo acabar
é muito doida, bróder
muito doida memo
tudo que tá aqui
tudo que tá indo
tudo que tá lindo
(e as vezes feio)
vai acabar
a gente quer a infinitude de algo
a gente quer a infinitude de muita coisa
a gente quer a infinitude de tudo
mas tudo é finito
sempre acaba
de tudo acabar
é muito doida, bróder
muito doida memo
tudo que tá aqui
tudo que tá indo
tudo que tá lindo
(e as vezes feio)
vai acabar
a gente quer a infinitude de algo
a gente quer a infinitude de muita coisa
a gente quer a infinitude de tudo
mas tudo é finito
sempre acaba
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eu sempre achei poema concretista um troço meio ridículo
TESÃO
TEnSÃO
TESÃO
TEnSÃO
TESÃO
TEnSÃO
TESÃO
TEnSÃO
TESÃO
TEnSÃO
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doido (também é canção)
doido
o mundo é doido
indo na igreja
na vidinha
indo pro bar
na vidinha
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eu queria ficar assim pra sempre
eu queria ficar assim mais do que esses três dias
eu queria ficar assim pra sempre
mas sei que vou ter que voltar a dizer aos outros o que quero do meu futuro
porque as pessoas precisam saber
compromisso, sabe?
descompromissados são pessoas menores
piores
é, meu irmão
vou tomar um banho e retomar as coisas
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